sábado, novembro 03, 2007

Avant La Haine (Romain Duris & Joanna Preiss)



Lui :
Sais-tu ma belle que les amours
Les plus brillantes ternissent
Le sale soleil du jour le jour
Les soumet au suplice

J'ai une idée inattaquable
Pour éviter l'insupportable

Avant la haine, avant les coups
De sifflet ou de fouet
Avant la peine et le dégout
Brisons-là s'il te plait

Elle :
Mais je t'embrasse et ça passe
Tu vois bien
On s'débarrasse pas de moi comme ça

Tu croyais pouvoir t'en sortir,
En me quittant sur l'air
Du grand amour qui doit mourir
Mais vois-tu je préfère
Les tempêtes de l'inéluctable
A ta petite idée minable

Avant la haine, avant les coups
De sifflet ou de fouet
Avant la peine et le dégout
Brisons-là dis-tu


Lui :
Mais tu m'embrasses et ça passe
Je vois bien
On s'débarrasse pas de toi comme ça


Lui :
Je pourrais t'éviter le pire

Elle :
Mais le meilleur est à venir

Ensemble :
Avant la haine, avant les coups
De sifflet ou de fouet
Avant la peine et le dégout

quarta-feira, outubro 17, 2007

Bob: Can you keep a secret? I'm trying to organize a prison break. I'm looking for, like, an accomplice. We have to first get out of this bar, then the hotel, then the city, and then the country. Are you in or you out?
Charlotte: I'm in. I'll go pack my stuff.
Bob: I hope that you've had enough to drink. It's going to take courage.

Lost in translation


p.s.- tão eu.

segunda-feira, outubro 08, 2007

A minha alma descansa em todas as cadeiras do mundo.

terça-feira, setembro 25, 2007


Se as purpurinas no meu imaginário não tivessem uma conotação relativamente má, acho que poderia explodir neste momento e transformar-me num milhão de particulas coloridas e brilhantes.

sábado, setembro 08, 2007

Rascunhos de Uma Conversa Imaginária [Artistas]


-As voltas das palavras criativas iguais a todas as outras, mas conjugadas com imaginação.

-Não somos iguais a todos os outros, somos apenas parte deles.

-Falamos dialectos semelhantes com pontos de discórdia, mais além.

-Discutimos de um modo engenhoso porque somos artistas de nós mesmos.

-E trabalhamos com as mãos, moldamos as ideias e os corpos e sorrimos perante obstaculos (sabemo-nos fracos).

-Somos fracos em crescimento, fracos em evolução. Sempre fomos menos mas somos sempre, nós. [nos outros somos diferentes]

-Temos ideias grandes em corpos pequenos, encontramos a beleza visual no disforme da mente. Só na mente existe deformação.

-Temos o mundo todo dentro de nós, completamos uma peça do universo quando saímos de dentro.

-Os meus pensamentos pertencem a todos os lugares que eu sou e sujam guardanapos de papel.

terça-feira, agosto 28, 2007

Contradição


Não basta gostar,
pensar que se gosta e que se quer sempre muito.
Ler o amor em todo o lado
é problema dos olhos,
o coração não ve.
O coração sente coisas, qualquer coisa
em forma de sentimento.
E o amor não tem forma, é imaginação.
Ar que ocupa espaço e torna o peito denso,
forte [ é por isso que suspiro]
Não basta amar, pensar que se ama
pode ser doença.
Se o coração bate mais depressa é porque não há trânsito
se não bate não há desporto que resolva o problema.
O coração tem manias, escolhe quando
bate mais depressa [ engana-te sempre]
Escolhe um alvo e atira-se, corre depressa
pensa que gosta, que quer muito, mas o
coração não ve, o coração não pensa.
[ o coração precipita-se]
E o amor dissipa-se, escapa, foge, esconde-se
na cabeça. Ela pensa, ela ve, ela fala.
O amor não gosta do coração, são contradição.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Partida.


Vais embora. Dentro de uma mala de cartão num dia de chuva, fechada na página de um livro de fantasia com uma história pequenina igual a tantas outras.
Arrumaste o coração no meio das roupas de verão entre as camisolas e os biquínis, as histórias do passado e as frases bonitas. A tua mala pesa o peso da tua vida, e o coração pequenino do tamanho da tua mão é leve e sabe voar.
Levas no rosto uma expressão de plenitude que brilhará à medida que os teus olhos percorrerão o rasto do caminho. De janela aberta, o vento no cabelo levará com ele a carícia que faltou o ano inteiro, a mão que não espalhou carinho e paz e que te acompanhará na viagem de mais uma depressão sazonal. No teu regaço dormirá um livro que te roubou sorrisos e te acompanhará em horas e horas de silêncios comuns.


- Vais embora amanhã...
- Vou...
- Quem me dera que esse brilho com que me olhas viesse de dentro do teu coração.

sábado, agosto 11, 2007

A última palavra do meu poema és tu.


O suicídio das palavras que se equilibram vertiginosamente,
que tentam saltar sem olhar para a linha de baixo
acabando por destruir as outras que não são melhores,
que são o fim do poema.
Não consideram digno ser as primeiras, as palavras
a imagem rabiscada de trás para a frente.
Significado,
as palavras morrem para ganharem das minhas mãos
a vida perpétua.
Uma condenação justa num poema sentido.
Escravas de tinta negra que nasce na ponta da caneta,
enrolando-se em linhas horizontais,
infinito,
trabalhadas com rigor em cima de um papel qualquer,
carregando nas costas ideias que ficaram na cabeça, nos restos do embrião,
A mãe literatura é igual à mãe natureza.
Um poema é a palavra condenada à imensidão.
A poesia acalma a dor.

[das palavras]

quinta-feira, agosto 09, 2007

Xadrez


sentei-me à mesa com a morte
jogámos xadrez enquanto nos olhávamos
o calor do meu corpo dissipava
todo o frio da sua ausência ali tão presente
deixei de sentir o sangue por momentos
xeque-mate
a morte venceu sobre mim
[a vida]
Apenas o jogo.

quarta-feira, julho 18, 2007

Apneia do Sono


Ha sempre um pensamento a mais
enquanto a noite não adormece
quando o tempo se arrasta lentamente
e o silêncio fica preso nos ouvidos.
O corpo sente mais quando está dormente
e a cabeça encontra aquilo que não sabia perdido.
A noite espanca os sentidos
de quem o sono se esqueceu
Estás estupidamente vivo no momento
em que tudo morre da mesma forma ao teu redor
A conversa com a apatia do relógio
segundo a segundo
[sempre a mesma conversa]
Há sempre um pensamento a mais
e outra noite vivida a acrescentar.

Lado.


Tentei a todo o custo
calçar o sapato no pé errado
mas chovia muito lá fora
e eu não consegui caminhar
tal como sapato,também tu
encaixaste do lado errado do coração
mesmo nos dias em que não chove
sou só eu à mesa
eu a fazer sombra sobre a loiça
do lado do sol.

terça-feira, junho 19, 2007

[por momentos]


faziamos amor quando os dias ficavam compridos
quando o relógio se arrastava na cadência exacta
para os planetas se espalharem fora do universo.
choravamos nos braços um do outro enquanto
o nosso corpo se quebrava.
tínhamos aquilo que ninguém deve ter de alguém, Pena.
E choravamos. Por não encontrarmos o corpo pretendido,
por não encontrarmos os significados das palavras que
escrevemos em cima da cama. Nas linhas irregulares das nossas
sombras.
somos um só [por momentos] não somos mais nada. e
somos tão pouco, por sermos dois, num corpo só.

domingo, junho 10, 2007

Nas tardes em que nos caiam folhas sobre a cabeça, e que
nos nossos corpos jazia uma calma imensa, deixávamos
de pensar para somente sorrir.
As nossas mãos tocavam-se pelas sombras, só ai
era permitido partilhar. Silêncio com amor.
Tinha os meus cabelos sobre o verde, e tu tinhas os teus
nas minhas mãos. enquanto descansavas parte do teu corpo,
sobre o meu.
No jogo das sombras houve um toque entre nós, quando jogamos
na sombra falamos verdade.
As tardes em que fomos felizes debaixo da árvore, colaram sorrisos
provisórios na minha solidão. Era verdade e mentira na mesma hora. Riamos
dos sonhos possíveis e acreditávamos com força para acontecer o que era impossível.
Debaixo da árvore ficou a sombra do meu coração, silêncio
e um pouco de atenção.

sexta-feira, maio 18, 2007

O sangue dos outros.


Estamos condenados a ver no sangue dos outros a cura das nossas feridas, dos nossos buracos corroidos pelo alcatrão do caminho, e pelos pés de quem gostamos.
Amanhã o sol vai arder de novo, mas hoje é o melhor dia de todos os dias do mundo, e já doem os olhos de nunca ver nada na rua. Já secamos a ferida que tinham deixado a secar na chuva, o rasto de sangue percorreu todos os quilometros da vida para justificar o caminho em que nos dilaceramos. Existe uma enorme quantidade de dioxido de carbono no peito, somos toxicodependentes de sentimentos mutados, de anomalias irreversiveis apontadas nas partes de trás das portas.
Andamos em circulos constantemente, volta, voltamos, voltar, vir, voltaremos, girar, serpentear, todas estas voltas, muito rápido, trocamos os pés, não sabemos andar, ficamos tontos e caímos de pernas para o ar. Amanha voaremos presos pelo pescoço, com as pernas suspensas, com os cabelos a baterem na cara ao ritmo marcado pelo vento.
O sangue dos outros contorna-lhes o sorriso, lava-lhes as expressões que nos são familiares, e retiram-nos a vida que nos custa mais que a eles. A morte dói mais a quem não sente.

sexta-feira, maio 04, 2007

Mortos correm depressa.

Sento-me à sombra da minha nostalgia mórbida, abraço-me a mim mesma formando o nó mais duro da realidade- eu mesma.
Os mortos andam depressa, eu corro com o peso do tédio, com o pó dos dias a fugir de mim, patético de medo. Vou-me cristalizando na sombra, num estado de efevercência, numa resolução organica e harmoniosa de todos os fardos sem peso físico. Nada se resolve, tudo se mantem, sou uma pedra nostalgica, dura, fria, morta. Não sinto. Tudo me atinge e apenas se ve, não existe acto reflexo dentro de mim. Os mortos correm depressa, as pedras não sentem.

segunda-feira, abril 30, 2007

Ontem, hoje e amanhã.


Hoje queria falar-te ao ouvido palavras que já sabes de cor, mesmo que nunca as tenhas ouvido da minha boca, sabes de cor o que os meus olhos te dizem.
Era sentir a tua respiração a tocar na minha pele lentamente, que queria agora, sentir as tuas mãos a percorrer o meu corpo como se mais nada houvesse no mundo, como se eu fosse realmente a única, como se eu fosse realmente especial.
Mas talvez neste momento os meus sentidos peçam de mais, talvez exista muita coisa em mim que é exagerada, tal como a minha forma de viver. Não te sinto de mais, não te sinto de menos, não sei bem o que se sente, mas sei o que sinto.
Cá dentro, seja lá onde for que tudo isso se sente e guarda, existe alguma coisa que me põe um sorriso no rosto, um ar estranho, uma apatia ao resto ao mundo excepto a ti e aos meus sapatos.
Existe algo que não sei explicar, quem me dera saber escrever sobre tudo isto...


Um dia vou fazer uma história bonita.

"Dá-me tanta vontade de te agarrar e correr contigo à chuva..."

domingo, abril 29, 2007

Entre.

Sinto o tacto da depressão procurando o destinatário ausente
(presente na escrita.)
Sofro de resistencia ao natural, nego o que vejo acontecer, mas não me detenho perante o que sinto,
(e acontece.)
É aqui que o desencontro sentimental encontra o olhar no seu reflexo, parece que as coisas encontraram um lugar para existir,
(em lugar nenhum físico.)
A beleza agressiva com que te vestes acaricia-me a vida, que corre em mim em diques rachados por águas passadas.
(sempre o passado.)
A música arranha-me significados supérfulos, imaginários luxuosos de uma pobreza de gentes que encontro em mim,
(pobre de sentimentos.)
O dia de hoje, aboliu o conceito de expressão, não falo, não rio, não me mexo,
(apenas te olho.)

sábado, abril 28, 2007

Mundo incompleto

Gostava de roer pêras, enquanto segurava com o indicador e o polegar, o pequeno pedaço que resta do tronco, e com a outra mão o pedaço mais distante daquele. Roía pêras enquanto lia histórias de pernas cruzadas. Era o seu jantar ideal. Pêras e Livros.
- Os teus livros são muito bons ao sabor das pêras. - era isto que um dia iria dizer, quando conhecesse a pessoa que lhe deixava sempre que acabava o livro que estava a ler, outro debaixo da Macieira que nunca tinha dado maçãs.
- A minha macieira não dá maçãs, dá livros. Livros deliciosos. - também iria dizer isto, entre todas as outras coisas que ia apontando com um canivete nas tábuas de madeira que cobriam o chão do seu quarto. Aquilo não era um quarto, era a casa das dúvidas. Dúvidas sobre os livros, sobre a sua vida, sobre a vida dos personagens, sobre os lugares do mundo que nunca tinha visitado, sobre a sua imaginação que crescia mais do que a sua idade.
A sua caneta era um pequeno canivete, com uma lamina muito afiada com que raspava a madeira já velha e seca, que tinha um cheiro a vazio e a pó, cheirava a fim de vida e estalava quando era pisada. As dúvidas acumulavam-se pelo chão assim como o pó sobre as estantes, e sobre as lombadas dos livros que tinham nomes em todas as linguas.
-Poucos foram os livros de que não gostei, todos foram os que me fizeram pensar, não detestei nenhum, muitos foram os que amei. - amava livros para encher a sua vida com a vida dos outros, para preencher a falta que lhe fazia aos olhos observar comportamentos humanos, vozes distantes, respirações junto à pele, e mais que um coração a bater.
Tinha um animal de estimação. Não era bem um animal de estimação, era um animal que a visitava frequentemente, aquele que nunca deixava de aparecer na estação do ano certa, aquele em que notava as diferenças que havia entre o seu mundo e o dos outros. Era um caracol castanho e verde, às riscas, que para ela aparecia umas vezes em casa grande, outras vezes com a casa pequena, com riscas largas, e no ano seguinte com riscas finas.

sábado, abril 14, 2007

Hoje.

O que eu queria hoje era ver um bom filme, e chorar para dentro do balde das pipocas.
O que eu queria hoje era ver a minha vida em episódios, e ficar tão feliz como fiquei quando os tipos do Prison Break conseguiram fugir.
O que eu queria hoje era de comer uma enorme fatia de bolo de chocolate, estupidamente deliciosa.
O que me queria hoje era saber tocar piano.

O que eu queria hoje era que as personagens dos meus textos me visitassem em sonhos, e que eu pudesse ter conversas interessantes sobre a vida delas.
O que eu queria hoje era de vestir uma roupa bonita e parecer realmente bem aos meus olhos, não aos olhos dos outros.
O que eu queria hoje era andar descalça e sentir o chão quente debaixo dos pés.
O que eu queria hoje era passar duas horas a rir às gargalhadas, de uma piada sem graça nenhuma, mas que toda gente achou idiota e engraçada.
O que eu queria hoje era andar de carro pela cidade à noite, enquanto na rádio havia um programa especial só com as minhas musicas favoritas.
O que eu queria hoje era ser criança de novo e andar com os sapatos todos sujos, assim como as mãos, e ter os joelhos arranhados.
O que me apetecia hoje era escrever o meu poema favorito na areia da praia.
O que eu queria hoje era dançar o tango com uns sapatos vermelhos muito altos, numa praça francesa.
O que eu queria hoje era cortar o cabelo igual ao da Amélie e ter um sorriso igualmente doce.
O que eu queria hoje era passar a noite de mãos dadas com alguém, enquanto o outro ser me sussurrava coisas bonitas ao ouvido.
O que eu queria hoje era um beijo na boca apaixonado, com direito a levantar um dos pézinhos como é habito.
O que eu queria hoje era que o amanha nunca chegasse.