terça-feira, junho 19, 2007

[por momentos]


faziamos amor quando os dias ficavam compridos
quando o relógio se arrastava na cadência exacta
para os planetas se espalharem fora do universo.
choravamos nos braços um do outro enquanto
o nosso corpo se quebrava.
tínhamos aquilo que ninguém deve ter de alguém, Pena.
E choravamos. Por não encontrarmos o corpo pretendido,
por não encontrarmos os significados das palavras que
escrevemos em cima da cama. Nas linhas irregulares das nossas
sombras.
somos um só [por momentos] não somos mais nada. e
somos tão pouco, por sermos dois, num corpo só.

domingo, junho 10, 2007

Nas tardes em que nos caiam folhas sobre a cabeça, e que
nos nossos corpos jazia uma calma imensa, deixávamos
de pensar para somente sorrir.
As nossas mãos tocavam-se pelas sombras, só ai
era permitido partilhar. Silêncio com amor.
Tinha os meus cabelos sobre o verde, e tu tinhas os teus
nas minhas mãos. enquanto descansavas parte do teu corpo,
sobre o meu.
No jogo das sombras houve um toque entre nós, quando jogamos
na sombra falamos verdade.
As tardes em que fomos felizes debaixo da árvore, colaram sorrisos
provisórios na minha solidão. Era verdade e mentira na mesma hora. Riamos
dos sonhos possíveis e acreditávamos com força para acontecer o que era impossível.
Debaixo da árvore ficou a sombra do meu coração, silêncio
e um pouco de atenção.