sábado, abril 14, 2007

Hoje.

O que eu queria hoje era ver um bom filme, e chorar para dentro do balde das pipocas.
O que eu queria hoje era ver a minha vida em episódios, e ficar tão feliz como fiquei quando os tipos do Prison Break conseguiram fugir.
O que eu queria hoje era de comer uma enorme fatia de bolo de chocolate, estupidamente deliciosa.
O que me queria hoje era saber tocar piano.

O que eu queria hoje era que as personagens dos meus textos me visitassem em sonhos, e que eu pudesse ter conversas interessantes sobre a vida delas.
O que eu queria hoje era de vestir uma roupa bonita e parecer realmente bem aos meus olhos, não aos olhos dos outros.
O que eu queria hoje era andar descalça e sentir o chão quente debaixo dos pés.
O que eu queria hoje era passar duas horas a rir às gargalhadas, de uma piada sem graça nenhuma, mas que toda gente achou idiota e engraçada.
O que eu queria hoje era andar de carro pela cidade à noite, enquanto na rádio havia um programa especial só com as minhas musicas favoritas.
O que eu queria hoje era ser criança de novo e andar com os sapatos todos sujos, assim como as mãos, e ter os joelhos arranhados.
O que me apetecia hoje era escrever o meu poema favorito na areia da praia.
O que eu queria hoje era dançar o tango com uns sapatos vermelhos muito altos, numa praça francesa.
O que eu queria hoje era cortar o cabelo igual ao da Amélie e ter um sorriso igualmente doce.
O que eu queria hoje era passar a noite de mãos dadas com alguém, enquanto o outro ser me sussurrava coisas bonitas ao ouvido.
O que eu queria hoje era um beijo na boca apaixonado, com direito a levantar um dos pézinhos como é habito.
O que eu queria hoje era que o amanha nunca chegasse.

3 comentários:

Phee disse...

O que eu queria hoje era um elogio literário em forma de sugestão. Por isso, obrigada =)

groze disse...

Gosto. E tenho pena porque leio e sinto e penso também tantas coisas, se não iguais, pelo menos parecidas... e vejo a minha vida, tão querida, a ser uma sucessão de quadros destes... a minha vida é tão pouco real mas ao menos vejo pessoas que existem como eu. São carneiro, são fogo como eu e existem mesmo que nos digam que não vale a pena sonhar com estes quadros, mesmo que nos desiludamos quando a vida acontece e na verdade não é vida: é outra coisa longe do que sonhámos.

Um Abraço.

Anónimo disse...

Obrigado pela tua Confissão**