quinta-feira, abril 22, 2010

quarta-feira, abril 14, 2010

Tu.

E agora os dias são cheios de coisas boas. Voltei a ser uma criança de sorriso na cara. Os dias são bons mesmo quando chove. Os jantares são bem acompanhados. E a sangria de champanhe costuma ser outra pessoa bem disposta à mesa. E as noites são intermináveis. Os dias em que não estás são longos e só me apetece dormir para o reencontro acontecer. As borboletas na barriga voam sem parar. As palavras sabem sempre melhor quando vêm de ti. E nem precisas falar. E perco-me nos olhares, no labirinto dos beijos, nos sorrisos sem medida. E o pôr-do-sol não é a trivialidade que julgaste. Eu cá nem vi o pôr-do-sol, só te via a ti. Os pacotes de açúcar dobrados a cada café. Os pacotes de açúcar que já não coloco debaixo da chávena, mas sim mais perto de ti, ou dentro da mala quando não estás. Uma ou outra mensagem lamechas. Os sorrisos perdidos na imensidão das horas. Os dragonetes, os piriquitos, o pokemon. Viva o Benfica, mesmo sendo do Sporting. Há coisas fantásticas não há? Ai que isto não é possível. Tu disseste que me ias roubar a alma sem eu perceber, e o coração se eu deixasse. Tu que ficavas calado a ouvir os disparates que eu dizia sem parar. Tu que não sabias o que dizer, e eu que também não sabendo o que dizer não me calava dois segundos, roubando sempre o teu tempo de antena. A Joana Vasconcelos e os sorrisos e cumplicidades que trocamos. A conversa no jardim das Oliveiras. Os cogumelos e as migas. O teatro. A peça que não percebemos mas por motivos que passam o encenador e se encerram num agradecimento sentido. Tu não sabes o que dizer, eu não me calo. Até que tu tomas a iniciativa e eu tento falar sem conseguir. Eu ponho a pata na poça, mas tu sabes o que irá acontecer. E acontece a cada dia que passa, de milhões de maneiras diferentes. E vais para longe. E todos os dias, por volta da mesma hora chega o pombo correio, uma mensagem em tempo de "guerra". Mas tu tas bem e eu estou feliz. Depois vêm as francesas e o cheiro a refogado e sinto pela primeira vez medo de perder. Isto significa que as coisas estão a andar. Para a frente. E eu de sorriso na cara a ouvir a tua voz. E sinto-te tanto a falta.
(...)

terça-feira, abril 13, 2010


E toda a vida me disseram que um dia ia chegar o dia. Toda a vida esperei por um dia que não sabia. No entanto todo este tempo que vivi e esperei serviu para preparar o dia que iria chegar, sem que eu soubesse o porquê de haver "o dia".

terça-feira, março 30, 2010

sábado, março 20, 2010

Sei lá. II

Se queres saber: saudades é isto.
Não vale a pena tentar salvar ninguém.
A saudade não nasce para ter fim, só interrupção.
Morte à solidão, solidão de morte.
Não é isto, mas podia ser.
Estar só de ti, talvez...
Somente uma presença solitária de dois ritmos cardiacos.
Se queres saber, saudades, uma imensidão completa.
Um abismo com fundo, onde a memória permanece,
como um filme, fotograma a fotograma, olhares, sorrisos, presenças...
Como uma pequena chama, um chamamento continuo
de alguém ou de algo, ou de alguma coisa.
Saudades...
Se queres saber, é um peso enorme no peito,
uma vontade de atravesar mundos e montanhas,
e chegar lá, no lugar certo, no momento mais exacto,
E saber que estás.
Sei lá...
Saudades é saber que existes bem perto e longe de mim.

segunda-feira, março 08, 2010

A resposta:

Os traços no rosto que pareciam familiares, as dúvidas e as certezas. Acontece.
E os olhares cruzam-se inocentemente recordando outros olhares e outras noites, que não esta. Um olhar que já vimos, uma noite que já vivemos e não sabemos bem. Acontece.
Quando a cumplicidade é uma arma apontada ao peito, quando as bocas não reconhecem as palavras, devolve-se o beijo desculpando-se o agradecimento de um momento maior do que outros. Acontece.
Os dias começam a não ter fim e as horas ficam suspensas no meio de pequenas multidões de um mundo que parece parar a cada momento que somos nós. Acontece.
Tu pensas e pensas porque queres controlar aquilo que vem a ti sem cessar. Eu falo, e falo porque quero silenciar uma voz que há dentro de mim. Acontece.
Procuro-lhe o nome, procuro uma explicação e encontro um mundo todo de respostas para ler devagar num novo amanhecer, num lugar distante, em qualquer lugar, onde possamos ver o pôr do sol. Não importa. Acontece.
Perante tudo , a resposta para Agora, e de todas as minhas manhãs: Sim, aceito!


Do Vale