sábado, agosto 11, 2007

A última palavra do meu poema és tu.


O suicídio das palavras que se equilibram vertiginosamente,
que tentam saltar sem olhar para a linha de baixo
acabando por destruir as outras que não são melhores,
que são o fim do poema.
Não consideram digno ser as primeiras, as palavras
a imagem rabiscada de trás para a frente.
Significado,
as palavras morrem para ganharem das minhas mãos
a vida perpétua.
Uma condenação justa num poema sentido.
Escravas de tinta negra que nasce na ponta da caneta,
enrolando-se em linhas horizontais,
infinito,
trabalhadas com rigor em cima de um papel qualquer,
carregando nas costas ideias que ficaram na cabeça, nos restos do embrião,
A mãe literatura é igual à mãe natureza.
Um poema é a palavra condenada à imensidão.
A poesia acalma a dor.

[das palavras]

2 comentários:

Sandra disse...

Um poema vibrante e repleto de significados.
Às vezes as palavras tomam uma vida própria e estranha em nós.
Um beijo

s. disse...

por vezes não ocnsigo entender muito bem os teus poemas mas até gosto de algumas partes :p