sábado, fevereiro 18, 2006
O poder do agora....
O tempo passa numa monotonia extrema, tudo muda na inércia dos dias, a roupa que trazemos vestida, as folhas das arvores, os humores, os livros da escola, as peles que esticam e encolhem, as rugas que crescem, os ossos que incham com o ar, e sem darmos por nada parece que a nossa história dos minutos e segundos já enxia uma biblioteca.
Não me senti a crescer, e quando olho para trás mesmo por de trás das lentes grossas dos olhos já miupes como se fossem comidos pelo sol, vislumbro-nos em cima de cadeiras a trocar carinhos fazendo de conta que eramos já gente muito crescida. Sempre pensamos que éramos muito grandes, que os adultos eram parvos em não comprender que éramos nós, o romeu e a julieta que tinham vindo de novo adoçar o mundo com novas aventuras.
Hoje lemos as histórias, e as palavras que não foram ditas nos lábios e nos olhos um do outro, porque é ai onde o coração nos fala dos silencios que deviamos ter trocado enquanto o que saiam eram ruídos de quem não sabe o que diz, e tantas vezes não soubemos ler o que realmente queriamos dizer. Já o outro cantava, demasiado amor acaba por matar amor, por te matar a ti, porque vidas temos só uma, mas a alma podemos perder pedaços sem grandes alterações fisicas. Perdemos tantos pedaçinhos de alma ás custa um do outro, era sentimento a mais para quem não sabia nem fazer inequações de segundo e terceiro grau, e como tal acabamos por sofrer nas mãos um do outro por não sabermos o que fazer ao amor.
O sofrimente é algo que transcende o ser humano, achamos nós, que não aguentamos, que só nos acontece a nós, batalhas perdidas. Porque será que nunca consideramos esta batalha perdida? Maior parte das pessoas entregava-se ao sofrimento e não à racionalidade, mas nós não, nunca.O nosso erro nunca se encontrou na derrota, mas sim na busca eterna da vitória para nós, porque o que vivemos sempre consideramos ser o melhor da vida.
O agora que se vive tornasse dificil de aceitar tão crualmente, porque parece que todos os caminhos foram os errados, porque sempre escolhemos aquele que nos levava para longe do que cad aum considerava a meta.
No dia e hora em que se toma a consciência de que o único momento que existe é o Presente lembramo-nos que o passado não passa de um aglomerado de cartas de amor e fotografias tiradas em cenários romanticos e que no futuro sera dificil de imprimir essas mesmas expressões que outrora trouxemos no rosto.
O único momento que existe é o agora. O passado e o futuro são os apoios do ego. Por isso não se pode estar no presente, enquanto nos identificarmos com a mente.
(...)
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3 comentários:
Boas,
Li e reli todos os teus textos, desde a ultima vez que aqui estive. Confesso que há pessoas que têm o dom de nos tomar a atenção sem o pedir, e por isso não pude deixar de comentar.
" O único momento que existe é o agora. "
Sim, mas acontece que existem momentos que existiram... Como por exemplo o momento em que reparaste ter um comentário e te perguntaste de quem seria, ou o que dizia... Lembraste desse momento?? Foi ainda há pouco...
É desses momentos que vêm o futuro, de momentos em que sentiste algo que não consegues explicar e que queres repetir, alterando apenas o necessário para ficar ainda melhor. Julgo ser uma espécie de projecção temporal da tua mente, sobre o que acontece e como o poderias saborear melhor.
Ou, às vezes, sem alterar o mais pequeno pormenor. Sem trocar a chuva que deixou aquele cheiro a terra molhada, pelo mais agradavel sol.
Não, há momentos que viveria de novo sem alterar nada, no entanto, muitas vezes, eles são apenas tão especiais por saberes que não os poderás repetir.
Há outros que sabes poder repetir e apressas-te a tomar as devidas acções para que o repitas o mais cedo possivel.
Há ainda outros, que pura e simplesmente não sabes se vais repetir ou não... E que eu conheça, só existe uma forma de isso acontecer : é continuar até que surja a oportunidade! Momentos que valem a pena voltar a tentar repetir, iguais ou ligeiramente diferentes depende que quem os "momentizou"...
Até próximas novidades,
Fico á espera.
Um Abraço,
Já percebi que começaste a ler o livro....vai-te fazer tanto bem!!mas lê devagarinho...
Bonito texto. João. Velhos tempos...
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