domingo, fevereiro 03, 2008

Café com tempo

Encontro nos cheiros das coisas de hoje o conforto dos momentos de outrora. É muito mais fácil assim recordar, sorrio. Esta espécie de alegria que me encerra o sorriso sincero ajuda-me mais uma vez, hoje. Agito o café vagarosamente com a colher. É nele que está o cheiro dos dias, é neste aroma que oiço as conversas que tive sentada em mesas de muitos lugares. Aqui o tempo arrasta-se pelo chão e demora a passar. É no vagar de hoje que encontro as significações dos dias agitados, do telefone a tocar, das combinações. Agora a pressa está no arrefecer do café. Não há horas para encontrar, não há autocarros para apanhar, nem estradas para percorrer. O horizonte está todo condenado aos diâmetros da janela. É nesse brilhar de luz que se esmorece ao final da tarde que o fumo do café se atrvessa.

10 comentários:

Abssinto disse...

Muito belo. Um texto mesmo à ma façon.

*

as velas ardem ate ao fim disse...

Um texto lindissimo.Sento e cheirei o café nesta tua viagem.

bjinho

Ana Si disse...

as pausas servem pra nos recordar que o tempo é um cavalo de corrida ...

Fipa disse...

cafe assim tm pastel de nata a acompanha-lo!n sei...cheira-me que sim =)

Klatuu o embuçado disse...

Tu escreves mesmo muito bem!

Dark kiss.

P. S. Alinha os textos na prosa, que fica melhor apresentado.

delusions disse...

Um tempo. Café.


Adorei o texto...No meio das tuas palavras vi-me sem mais que dizer... Vou reler-te de novo.



Bjinho*
SoFIA

telma disse...

admiro a forma como escreves. *

xistosa, josé torres disse...

Que o café nunca arrefeça e que o seu olor se exale e disperse, para que os sentidos sejam estimulados.

Laura Ferreira disse...

há de facto odores que nos trazem memórias e cores.

Fipa disse...

acabei de beber um cafe destes!=)