segunda-feira, dezembro 21, 2009

Barulho da Solidão

Quase um sentimento.Nunca quis mostrar completamente o invisivel, somos mais do que um corpo, um pensamento, um gesto.
Na centena de toques colocados na mão do artista avistamos a obra pronta que nada nos significa- mas sentimos. Também o amor fruto de grandes artistas sádicos de uma sensibilidade exacerbada, é uma forma elementar de arte. E no amor despimo-nos completamente e sem vergonha a modo de sermos admirados pelo fascinio de um olhar. Aquilo que vemos é a verdade, o qu ouvimos dizer são apenas histórias, o que vivemos é o real e ninguém o vai sentir da mesma maneira.
Toda a arte tem um preço efémero cobrado pelo coração dos que sentem. O preço dos momentos expresso em sentimentos. Um preço dado a paixões que vem e vão sem parar, sem explicação aparente. Mas nada acontece por acaso.
A obra de arte tem o preço de um sorriso. O elemento básico da felicidade tem o preço impagavel de um momento inesquecível. Um momento para recordar no BARULHO DA SOLIDÃO, um momento que só a memória trará de volta, que num sem fim de manifestações nunca será igual. O amor nem quando é o mesmo será igual. Todos os dias os sentimentos são renovados, tal como os olhares sobre a obra eterna. A arte permanece, mesmo mudando o traço do artista. Será sempre uma forma de felicidade sem preço e nunca seremos culpados de gozarmos dela.
Mas o sorriso é um esboço sem nexo que alguém produz para nós num primeiro impulso, num acto irreflectido que foge de lá de dentro. Tão nosso que num pequeno instante somos inspiração para uma obra digna de museu. Há coisas tão particulares e tão sinceras , que certos momentos deviam ser emoldurados em museus- o Museu dos Sorrisos. Tal como há sentimentos que deviam ter nomes só nossos, mas houve alguém que inventou a palavra para os definir primeiro que nós. Ainda assim um sorriso será sempre uma forma de nudez da alma, e as palavras, essas, serão sempre palavras na boca de tanta gente. Antes da palavra, um sorriso será sempre um sorriso. Para as palavras existirão sempre os livros e as bibliotecas. Para os sorrisos como esse, existe agora o Museu dos Sorrisos. Porque há coisas que têm de ser guardadas em lugares especiais.

Inauguro assim o Museu dos Sorrisos.




(Independentemente do que a vida quiser, já te guardei na minha galeria de sorrisos malandros)

1 comentário:

ninguém disse...

Tenho tantos momentos no meu Museu dos Sorrisos... que nem sei o que fazer com eles... se ao menos ficassem lá quietos...
Lindíssimo texto... aliás, como já me habituaste a ler ;)
beijinhos