terça-feira, dezembro 29, 2009

Ninguém é errado na sua vida.

Já pensou na quantidade de pessoas diferentes com quem se relacionou? Estou a falar de relacionamentos que envolvem intimidade, que envolvem dar mais de si, mostrar aquilo que nem todos conhecem. Podemos até ter estado com apenas 2 pessoas na vida ou até com 153 e meio, mas todas elas são pessoas certas. Sim, agora que está a pensar no namorado da 4ª classe que tinha o nariz virado ao contrário, até esse foi certo na sua vida.
Já pensou em tudo aquilo que aprendeu com todas as pessoas que se cruzaram consigo? Por vezes nem precisamos de as conhecer bem para sabermos que estamos no presente, no meio daquela conversa que surgiu do nada a aprender uma grande lição. E por isso digo, todas as pessoas são certas na nossa vida. De certeza que houve pessoas que o/a fizeram sofrer todas as dores do mundo, pessoas que o/a fizeram sentir ridiculo, pequenino, que o menosprezaram, e pessoas que o amaram mais do que ninguém e nunca soube bem como retribuir esse amor. Há imensas histórias que viveu, que parecem não fazer sentido nem passado algum tempo, mas se virmos bem, aquela pessoa tinha uma função especial na sua vida.
Eu só posso falar de mim e das histórias que me rodeiam, mas tenho a certeza que ninguém foi erro na minha vida. Vivi o meu primeiro amor como se fosse a maior história do mundo, arrastei-a anos e mais anos, a ponto de passar a vida a acreditar numa coisa que já não tinha nada para ser como eu a tinha vivido há anos atrás. O certo é que quase 6 anos depois resolvi viver o grande amor de novo e ai comprovei que nada passa imune pelo tempo, muito menos uma vida. Depois vieram outras pessoas que me fizeram criar padrões do que era importante para mim em alguém para se ter ao lado, marcas de personalidade, gostos, pequenos gestos. O certo é que cada um há sua maneira me mostrou o seu mundo e acabou por alterar e amplificar a visão que tinha do meu. E hoje posso dizer que me conheço melhor, que sei prever as minhas reacções, que sei olhar para alguém e sentir se vale a pena arriscar.
Também veio á minha vida o principe encantado, que depois do primeiro amor parecia a maior tábua de salvação do mundo. Era tudo aquilo que eu podia ter imaginado: PERFEITO! ou não.... aprendi mais do que em 12 anos de vida em termos de humanidade. Os sonhos são sonhos, a realidade é diferente, mas não impossivel. Esta pessoa não me fez deixar de acreditar, colocou foi os meus pés no chão, e só tenho a agradecer por isso. Imaginem o que é brincar com Barbies toda a infancia e acreditar que aquelas roupas e aquele corpo eram relamente perfeitos: agora cresce é obesa e não tem roupa de Barbie. Foi este o meu sentimento nesta relação: gritava por socorro para ser eu acima de tudo e por poder ser real.
Confesso que gostaria de não ter passado por muita coisa, já vivi o suficiente para uma verdadeira novela mexicana, mas a verdade é que tudo me fez bem, mesmo as lágrimas, mesmo as confusões, as traições e outras coisas que tais. São as chamadas bençãos encobertas, parece que o mundo acaba (parece não, termina mesmo, a porta fecha e eu nasço de novo) que nada vale a pena, mas dali nasce um sentimento de continuidade mutação que é indispensável para seguir em frente. Pense com atenção em todas as pessoas que teve na vida e o/a fizeram passar por sentimentos mais complexos, tem a certeza que não aprendeu nada? É que se acha que não é porque ainda não teve oportunidade de compreender o que a vida lhe mostrou através de outra pessoa. Agora é certo, experiencias passadas a serem repetidas, são dores a dobrar, aquilo que se perde quando volta tem de ser novo, nada de sentimentos restaurados ou baseados em coisas que já aconteceram. Se aquilo que existe dentro de nós não sofrer mutações vai buscar magoas e sentimentos antigos mal esclarecidos ao primeiro esbarrar com a realidade. Mas não deixa de ser um acto de coragem, e se vivemos é para arriscar, eu não aprendi à primeira oportunidade mas fiquei bastante esclarecida à segunda.
Sou uma pessoa resolvida, com o sotão bem arrumado, uma pessoa com consciencia de si mesma e com a perfeita noção dos porquês do passado.
E sou uma pessoa bastante feliz. (agora só falta a pessoa realmente certa, real e genuina....talvez por ai...)

4 comentários:

Princess Aurora disse...

Olá Joaninha!
Esse Natal??
Gostei nuito de ler estas palavras,e identifico-me com elas, por isso ao menos podemos ver a coisa deste modo: não estás só neste mundo!

Mas há mais? Ainda vais viver muitos episódios de novela mexicana, vão surgir inúmeros príncipes, é a vida.. que fazer? Somos este espectáculo de mulheres e eles não nos resistem, pelo menos durante um determinado periodo de tempo, até se assustarem com a nossa luz...os que resistem são...como é que se diz??..são parvos, insensíveis, egoístas, e posso garantir-te vão ser suplantados! A minha irmã diz que sim, ela tem 34 anos e se ela minimiza as minhas dores é porque ela sabe que sim!
E é como dizes, não nos devemos arrepender de nada, eu vejo as coisas assim, dei o melhor de mim, amei o mais que pude, sofri o que tinha a sofrer, a pessoa em questão simplesmente não é a pessoa, e eu não sou pessoa para ela, merecemos sempre mais do que aquilo que queremos..oh diz-me lá que não consegues ver mil e um defeitos nas pessoas que mais amaste e se tentares vislumbrar esse amor a longo prazo dás-te conta que viverias mais dias tristes que felizes...isso não é a amor, é contantamento sobre o vazio.
A vida é isso mesmo, uma continuidade de quedas, quedas valiosas, e um dia agradecemos-lhes por nos terem mostrado o nosso valor, por não nos limitarmos a ter aquilo que nos é dado e mastigado, ou eles a nós, por terem sido amados, pelo menos uma vez nas suas curtas vidas!

E é como se diz: lá porque morre uma andorinha não acaba a Primavera! Na nossa idade não é saudável encontrar um GRANDE AMOR...venham mais "professores", ainda falta sabermos muito sobre nós mesmas.

Beijinhos,
2010 será o ano que se segue...veham eles que estamos preparadas!

joana disse...

Este texto resume tudo aquilo que sinto, partilho a tur forma de ver. Se não fossem todas essas vivências, não seríamos o que somos hoje, por isso vale a pena recordar sem rancores ou saudades.

ninguém disse...

Penso tanto, tanto, mas tanto como tu...!
(e deixas-me cheia de inveja dos textos bonitos que escreves grrr mas eu continuo a ser fã :) beijinho)

Anónimo disse...

bonito, sim sra.
concordo plenamente contigo. mesmo, em tudo! acho q tudo o q passamos na vida nos ensina algo. ou de bom, ou de mau. mas ensina, e portanto, é bom!

como acho q vamos ter tempo, depois facote uma descricao detalhada. mas por agora, so para abreviar, queria dizer que:

a vida nao é o objectivo que delineamos para nos proprios. é sim o caminho para esse objectivo, e o cruzar com os caminhos das outras pessoas em busca dos seus objectivos, identicos ou nao.
e mesmo que nao se atinja o objectivo planeado, pode-se ser feliz na mesma, porque a vida, foi isso... tudo o que se fez até à data.
e uma pessoa so se pode arrepender daquilo que nao fez.

bj

joaorobalo.com