faziamos amor quando os dias ficavam compridos
quando o relógio se arrastava na cadência exacta
para os planetas se espalharem fora do universo.
choravamos nos braços um do outro enquanto
o nosso corpo se quebrava.
tínhamos aquilo que ninguém deve ter de alguém, Pena.
E choravamos. Por não encontrarmos o corpo pretendido,
por não encontrarmos os significados das palavras que
escrevemos em cima da cama. Nas linhas irregulares das nossas
sombras.
somos um só [por momentos] não somos mais nada. e
somos tão pouco, por sermos dois, num corpo só.