Às voltas pela cidade, por suas que não tem idade,
eis que ambos se cruzam sem maldade.
Os olhos presos nos olhos, o sorriso que não sai
por não haver tempo de reacção.
No segundo seguinte são rostos esquecidos, feições perdidas,
imagens sem memória. Os caminhos percorrendo
os passos e os outros vultos, os outros rostos e as
frases a meio suspensas ao passar de um momento
para outro lugar.
Eis que ambos se cruzam de novo, desta vez
sem intenção certa ele pára.
Ela, presa no seu caminho, sorri.
- Posso-te fazer companhia? - diz ele.
Ela ri, o sorriso nervoso do inesperado, ele olha-a de novo
sem feição, e ela avança quebrando-lhe aos poucos
o coração.
1 comentário:
Por que nos separamos se vamos circular por aí e com fortes indícios de nos cruzarmos?
Porque não somos capazes de assumir a verdade.
Gostamos de nos autoflagelar vagueando por aí, quando sentimos os pés e as pernas com vontade de correr naquela direcção que tão bem conhecemos e sentimos que é a direcção certa.
SE falharmos?
Só depois o saberemos ... mas os dias e a vida vão passando.
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