sexta-feira, maio 04, 2007

Mortos correm depressa.

Sento-me à sombra da minha nostalgia mórbida, abraço-me a mim mesma formando o nó mais duro da realidade- eu mesma.
Os mortos andam depressa, eu corro com o peso do tédio, com o pó dos dias a fugir de mim, patético de medo. Vou-me cristalizando na sombra, num estado de efevercência, numa resolução organica e harmoniosa de todos os fardos sem peso físico. Nada se resolve, tudo se mantem, sou uma pedra nostalgica, dura, fria, morta. Não sinto. Tudo me atinge e apenas se ve, não existe acto reflexo dentro de mim. Os mortos correm depressa, as pedras não sentem.

5 comentários:

|___XyZ___| disse...

"sou uma pedra nostalgica, dura, fria, morta. Não sinto."

Muito bom post! :D

Vale sempre a pena passar por aqui...

Sacode o pó e o peso do tédio. Começa a aproveitar os dias!! Carpe Diem !

Beijos,

Letras de Babel disse...

tudo é vida.

(e quem disse que as pedras não sentem?)

tudo. até a morte, que é o fim dela....



___________

bjs

inimaginavel disse...

"Stones taught me to fly
Love taught me to lie
Life taught me to die"
(Damien Rice, cannonball)

As pedras sentem, sabem, aprendem e ensinam. Até a voar.

Bjs

groze disse...

A Jeliza-Rose, no Tideland, dir-te-ia que na verdade os mortos correm devagar.

Cinza disse...

O desafio da estagnação é a luta...