Empurrem-me que não quero ir,
Ajudem-me somente para não ficar
perdida na imensa vontade de aqui permanecer.
Nas asas do destino alguém me ajude a voar,
a encurtar tanto caminho,
que faço questão de ver passar.
E a cada canto, devagarinho,
pé descalço sobre a madeira,
vem a menina de mansinho
dançar modinhas da beira.
Empurrem-me que não quero ir,
dar rodas na saia para dançar,
que a cada nota grito um destino,
tão longo e tão imenso,
que me canso só de cantar.
E nos caracois de curvos cabelos,
doces ternuras vêm procurar,
enganem-se os diabos da gentes,
que a inocência aqui perdeu lugar.
Empurrem-me que não quero ir,
a minha vida tem outro lugar.