quinta-feira, janeiro 15, 2009

A crise e mau estar da sociedade em que vivemos.

Perante tantas noticias que nos mergulham todos os dias sobre corrupção, bancos a fechar, taxas de juro, aumento dos combustíveis e afins, decidi que também o meu espaço virtual devia deixar por alguns momentos a ficção e se dedicar à minha opinião sobre tudo isto e as suas consequencias no mundo em que vivemos.
Para mim já chega de noticias derrotistas e previsões de mau estar na sociedade. Já percebemos desde sempre que a vida não é um mar de rosas e que se queremos chegar a algum lugar temos que nos mexer e lutar contra a maré. De facto eu não sou o melhor exemplo para estas coisas de andar para a frente e sorrir, pois também sofro da doença crónica de mais de metade dos portugueses: " o deixa andar".
Ao ser confrontada no outro dia com este defeito moral dei por mim a pensar em coisas importantes como o estado do pais e, acima de tudo, com a influência destas noticias na nossa maneira de ser e agir.
Como mais de metade dos portugueses não compreendo muito bem o que é esta coisa da crise; já percebi que pagamos mais e recebemos menos, percebi também que é dificíl andar para a frente e encontrar trabalhos maravilhosos como aquele que ofereceram esta semana na Austrália. Pena eu não saber fazer mergulho e o meu inglês não ser o melhor, porque acho que me sentia capaz de viver numa casa de luxo e andar o dia todo a olhar para corais.
É claro que esta noticia levou ao "Boom" dos desesperados que neste momento procuram na net cursos de mergulho de um mês, ou mesmo cursos de inglês em 30 dias para fazerem a sua apresentação em video e assim se candidatarem a uma vida de sonho.
Na minha medíocre opinião, esta coisa da crise não é mais do que uma doença facilmente contagiosa da parte dos media. As pessoas ficam com medo, tiram o dinheiro do banco e escondem-no debaixo do colchão; quem não tinha muito dinheiro continua a não o ter e quem o tem, tem medo de o investir e como acha que este vai acabar resolve vender os seus valores.
Ora se isto está tão mau, quem tem dinheiro devia faze-lo mexer para fazer andar para a nossa economia, ou não? Afinal de contas se os americanos conseguiram tirar o "Jorge Bruxo" do poder, nós também podemos mudar as coisas.
Dizem que é dificíl encontrar empregos decentes e por consequência, também a vida se torna mais dificíl. Esta semana tentei enviar o meu currículo, que não tem nada de magnífico que me confira experiência para bons trabalhos e, surpresa das surpresas, no dia seguinte tinha resposta de todos eles a marcar entrevistas. Será que o país está mal, ou que as pessoas se tornaram tão exigentes que não se contentam a começar por baixo? Cá para mim, toda gente quer é um primeiro trabalho como gestor de uma empresa, ou como chefe de qualquer coisa com direito a carro e a ordenado com muitos zeros no fim.
Não condeno a exigência das pessoas em ter boa vida e em sonhar, condeno sim a falta de modéstia de quem está a começar agora.
Se este mau estar vai continuar (muito por culpa dos media que ultimamente nos tem arrastado com preocupações por causa do frio e da chuva, quando isso são coisas normais.) sugiro que as pessoas comecem a pensar nas soluções e não em conformar-se com aquilo que nos é imposto. Se a crise continua nós só temos de aceita-la e fazer os mercados andarem para a frente do modo que nos for possível. Deixar de acreditar e ficar em casa a ver as notícias na televisão parece-me uma atitude demasiado vaga.
Se a cada coisa que fizermos pensarmos mais no futuro e tirarmos a cara de carrancudos que as noticias nos colocam, provavelmente as coisas serão melhores. Falta esperança no rosto dos portugueses, faltam objectivos e dinheiro no bolso, mas tudo se consegue com boa disposição e vontade de fazer as coisas mudar.
Na minha , mais uma vez, mediocre opinião, o que falta nos portugueses é vontade de sair do sofá e descalçar as chinelas, assim como boa disposição para fazer o que fazem bem feito.

Por favor, selecionem as noticias que vêm na televisão e façam delas não mtivos para desistir, mas força para continuar, afinal : Quem tem algo por que viver é capaz de suportar qualquer "como". (Nietzsche)

6 comentários:

Fipa disse...

oh linda.tivest aki um rasgo ingenuo de cm isto td funciona.ou n?nem td é assim preto no branco....olha a minha irma, 2ª melhor da turma e teve 6meses à espera que a chamassem para uma entrevista, enquanto os que tinham cunha entravam para todo o lado...
o facto de haver tanto frio nesta altura n é normal.cm n é normal a disparidade de temp minimas e maximas. isto so nos indica que o aquecimento global ta a vir mais rapido do que o previsto e a alterar o nosso clima.
e sim, falta esperança nos portugueses...pk é k aluem com curso de medicina ha de andar a servir mesas, ou um novo advogado ha de andar a trabalhar numa loja de roupa?para isso n tiravam curso e tv chegassem mais longe.é assim k se pensa?ha uns tao pobres e outros tao ricos...a faixa o assim assim ta a desaparecer. e n é pr falta de trabaho é pk os salarios n chegam pa combater a inflação dos custos mensais...

|___XyZ___| disse...

Boas,

Realmente tens razão em muito do que dizes...

Afinal, hoje nas noticias vi que se despenhou um avião com 150 pessoas la dentro e nao morreu nenhuma.

Era só eu que acreditava no mito urbano que diz que quando um aviao de despenha, hà poucos ou nenhuns sobreviventes???

Não que eu tenha nada contra os americanos... Mas é preciso ser muito estupido pra eleger o "Jorge Bruxo" duas vezes...

Em relação a crise, eu tambem a sinto, afinal eu sou mais um dos nao-sei-quantos mil desempregados que se farta de enviar Curriculum's pra nada... Sniff

Se me candidatar a Assembleia da Républica, posso contar com o teu voto ?? LoL

Bjufas

Laura Ferreira disse...

Concordo, mas nem sempre é fácil.

Um beijinho!

Fipa disse...

uma pequena correcção...o jorge "bruxo" foi eleito duas vezes..tev 8anos de mandato. ja n se podia candidatar mais,pr isso nem se candidatou nem foi eleito...pk se calhar ainda o escolhiam uma 3a vez...

susana disse...

A crise é mais especulação que outra coisa qualquer, Portugal está em crise há anos e anos, já estava em crise quando todos nós nascemos e não é por isso que se somos cidadãos infelizes. Se o somos, é porque temos uma falta incrível de espírito empreendedor, a dita doença crónica do "deixa andar", uma vontade incrível de mudar o mundo, sim, mas em mau. A teoria do "falar para quê, se fica tudo na mesma?!" que é tão, mas tão Portuguesa e que nos deixa sempre para trás em tudo o que fazemos... mas não, o que interessa mesmo é o Cristiano Ronaldo ter sido eleito o melhor jogador do mundo, que isso é que faz o país avançar, e não digo isto por ser mais uma daquelas pessoas que se revoltam com a importância que os Portugueses dão ao futebol, nada disso, quem me conhece sabe do meu nível de intoxicação benfiquista, mas acho que é demais todo este barulho e esta euforia à volta de um indivíduo que sim, joga muito à bola, mas que sinceramente, não dá proveito rigorosamente nenhum a Portugal. Seja como for, e voltando a esta história da crise, a crise está nas nossas cabeças e na vontade quantificada que temos de sair delas. E quanto ao trabalho e desemprego e afins, há trabalho, não há emprego. Tenho 24 anos, a licenciatura por acabar e trabalho desde os 18 anos, sendo que nesse período de tempo só estive sem trabalho dois meses. O que há, repito, não é falta de trabalho, é falta de vontade e de humildade. Quando fui seleccionada para o trabalho que tenho agora, podia perfeitamente ter-me armado ao pingarelho e ter dito "Serviço Pós-Venda?! Mas eu tenho qualificações a mais para isso, quero é Livros ou Filmes!!". E posso garantir que tinha mesmo qualificações para qualquer uma das duas áreas, e não o fiz, porque preciso de trabalho. Não é o meu emprego de sonho, mas é o que me faz ter algum no bolso para as minhas pequeninas coisas, e para quem sabe, um dia, poder aspirar a mais, poder pagar um Mestrado e continuar a lutar pelas coisas que quero. Porque eu não desisto e acho sinceramente que é isso que nos faz estar em crise há bem mais que 25 anos. É o cruzar dos braços e a cabeça no chão, e a insistência em manifestações feitas por atrasados mentais acerca de coisas que não fazer nunca, mas nunca, mudar este país. Sabem que mais? Diz-se que quem está mal, muda-se. E é mesmo isso que muitos de nós (e eu, tão provavelmente) vão acabar por fazer. Porque posso ser Portuguesa e não o nego, mas não tenho feitio para andar em lamentos.

Obrigada Joana por proporcionares o debate! =)

Jaime disse...

Partilho completamente da tua percepção de que existe uma componente psicológica importante nesta crise, e de que essa componente é amplificada pelos media. Infelizmente, tal componente não faz dela uma crise menos grave...

Mas apreciei particularmente a tua recusa em não "te deixares ficar em casa". É assim mesmo! :-)