
De fatos de trabalho, de cerimónia
fruto de muitas palavras que apontadas das canetas
poderiam ter sido bocas de animais
que não sabem escrever.
De gravatas enforcadas no pescoço,
reflexo do espelho que os outros têm de nós mesmos
Sou fruto de imagens de objectivas manipuladas,
Sou parte do teu ódio ao uso da pontuação correcta,
como nos botões dos fatos que apertas,
esses que são mais teus que as minhas memórias que não te existem.
E os barcos despidos
de desejos oprimidos em mar chão, de marés como as luas,
sabes que sou de gente, de tempos, de águas.
De coisas que não são tuas.